Pago 3.000 euros por mês mas não encontro cozinheiros, tenho quê fechar a cozinha.
- Guilherme Dainez
- 9 de jul. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 30 de set. de 2022
O desabafo de Claudio Boscolo, dono de um hotel em Val Zoldana. a minha esposa trabalha na cozinha mas não damos conta de gerenciar o Restaurante e o hotel sozinhos. Eles nos pedem para ser pago por fora, sem resgistro.
Claudio Boscolo, 73 anos, hoteleiro de Belluno-italia
É uma temporada de pesadelo para os hoteleiros que procuram funcionários, desta vez foi a vez do hotel "La caminatha di Coi" em Val di Zoldo, Belluno. Claudio Boscolo, 73 anos é proprietário do hotel de 4 estrelas em Zoldo há 18, já passou pôr várias temporadas mas nunca teve tantos problemas como desta vez: o hotel terá de fechar a cozinha que servia tanto almoços e jantares para os hospede , será transformada em Bed and Breakfast. Apenas sua esposa, de 65 anos, é responsável pela cozinha, mas não da mais conta em atender o restaurante e a recepção com mais de 90 clientes pôr dia, durante a temporada de verão. " Nos multiplicamos e trabalhamos por três, só para dar continuidade ao negócio", lamenta Claudio Boccolo. “Mas isso não é mais o suficiente. Agora minha esposa e eu estamos cansados e meu filho sozinho não consegue lidar com os clientes, ele não tem nem tempo para respirar. Somos um ponto de referência para os turistas, este é um local estratégico para subir aos picos mas não poder oferecer mais do que o café da manhã
nos prejudica muito. Até os clientes antigos pensam duas vezes antes de fazer uma reserva, porque o serviço é deficiente”.
O hotel está rodeado pela impressionante cordilheira de Civetta e Monte Pelmo. “Somos um setor em crise, não estou falando apenas de mim, mas de todos, principalmente nas montanhas. Estou disposto a pagar bem aos meus funcionários, o problema é que eles simplesmente são encontrados. Os contratos que ofereço incluem alojamento e alimentação, 1.400-1.500 euros para os garçons, enquanto os cozinheiros custam cerca de 3.000 euros por mês, mas nada, ninguém aparece. Estamos à procura de pelo menos quatro pessoas desde janeiro e eu literalmente recorri a qualquer um, até as paróquias”. A temporada de inverno correu bem para a família Boscolo graças à presença de um set de filmagem com os trabalhadores que ficaram hospedados no hotel, então a pressão do verão começou a ser sentida e o hotel ficou fechado durante todo o mês de junho. Agora Boscolo decidiu recorrer à Federalberghi para tentar mudar a situação: “Ninguém faz nada. Todos os empresários do setor estão reclamando, mas ninguém está fazendo nada. Estamos recebendo algumas mensagens positivas do centro de emprego, mas não é suficiente. Estudantes que abandonam as escolas de hotelaria assim que terminam os estudos abandonam a profissão, parece uma busca de ouro encontrar garçons dispostos a trabalhar nos finais de semana, ou melhor: trabalhar em dia. Pedem-nos contratos ilegais para não perder as concessões ou os vários rendimentos concedidos pelo governo, isso aumenta o trabalho clandestino e penaliza quem quer respeitar a lei. Leva uma vida inteira para criar uma clientela, e em um instante você a perde”.
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